23ª Bienal Internacional do Livro São Paulo

Oi vocês,

  Hoje eu vou contar as minhas impressões sobre a 23ª Bienal do Livro, já era post ter saído, mas eu quis ir novamente para poder entender se realmente foi desorganizado ou se era impressão minha. Como já disse em alguns posts, eu sou estudante de jornalismo e um dos trabalhos futuros, é um programa de entrevista, meu grupo escolheu cultura regional (e eu juro que dessa vez queria fazer politica) então eu e a Raíssa do O Outro Lado da Raposa - que pra quem não sabe é da mesma sala, estudamos juntas - aproveitamos no sábado, 23, para gravar algumas coisas e como eu tinha mais dois ingressos, na quinta, 28, voltei com a minha amiga Lidiani para conferir o que não deu tempo (ou espaço suficiente) para conferir.

  A primeira Bienal Internacional do Livro, aconteceu em agosto de 1970, no mesmo edificio da Bienal de Arte e logo de cara já foi um sucesso, a sua 23ª edição acontece de 22 à 31 de agosto e reúne literatura, diversão, gastronomia e cultura.

  Lembro que quando fui a primeira vez na Bienal, foi com excursão da escola, acho que com a maioria foi assim. Eu não sabia o que era a Bienal direito e achava que os livros eram de graça (bem que poderia né?). Lembro que me perdi várias vezes do meu grupo porque ficava olhando para os livros. Hoje com 23 anos não foi nenhum pouco diferente, eu não sei vocês, mas me perco vendo aquele monte de livros, aquelas vidas pedindo espaço na minha imaginação, fiquei triste demais por não ter dinheiro suficiente para comprar tudo o que eu queria, mas meu bom senso falou mais alto, os preços estavam absurdos.

  No dia 23, parecia estação da Sé as 18:00 de uma segunda feira. LOTADA. Cheguei e já não tinha mais local para andar, muita gente pra pouco espaço. Não consegui ir em nenhum estande que queria, serio. NENHUM. Não fui na Galera Record, nem na Intrínseca, nem Novo Conceito,  Arqueiro então? Era luxo conseguir passar perto. Mas consegui ir no estande da Leya e entrevistar a Priscila Leite, funcionaria da editora que me disse o real intuito de uma editora ter um estande na Bienal. 

Para quem não sabe, a Bienal não é realmente para vender e sim, para as editoras se consolidarem [...] Normalmente as pessoas conhecem o titulo, os autores, mas não necessariamente a editora que ele vem. O estande é super caro, a organização é super cara então, a meta de todas as editoras é entrar no mesmo patamar de dinheiro gasto com o dinheiro vendido, raramente conseguem aumentar, mas em questão de marketing é maravilhoso. Todo mundo sabe quem é a Leya, quem é a Intrínseca, quem é a Companhia da Letras. O mercado editorial tem andado para isso, tentar se diversificar e registrar sua marca. 

  A praça de alimentação estava um absurdo, muito lotada e MUITO CARA. Um lanche do Bob's que vamos combinar, é horrível, tava 38,00. O bom é que lá você ainda pode entrar com sua própria alimentação. Depois de comer uma baguete de frango com meia duzia de batatas fritas, tentamos entrar nos demais estandes que estava impossivel. Para entrar na Galera, tinha uma fila para a fila de tanta gente. Um estande em que fui super bem tratada, foi o da Sollo, parceira aqui do EC&M. Não é porque são parceiros, todas as novas editoras tem um respeito maior pelos seus leitores. Claro que não posso exigir tratamento VIP nas demais, mas acho que vale um /ficaadica. No estande da Sollo, conversamos com a Priscila Boltão que nos contou sobre o livro dela, o Segunda Chance. Ela demorou 6 meses para escrever e nos disse que estar na Bienal é um sonho realizado.

Eu tenho a impressão de quem escreve e gosta muito de ler, a gente se sente meio estranho, meio fora do mundo. E aqui parece que tá todo mundo em casa, todo se conhece, todo mundo sabe o que tá acontecendo. É muito bom ter essa sensação.

  Depois disso ficou meio impossível fazer qualquer coisa lá sem ser empurrada ou ter que chutar uma mala de viagem. Sim, eu chutei uma mala, o cara tava passando no meu pé. Então eu e a Raíssa ficamos das 12:40 até as 16:00 no estande da Saraiva que estava com os livros super caros e óbvio lotada esperando o Frederico Elboni. Já tinha perdido duas oportunidades de encontrar ele, não ia perder essa. Ele foi um fofo, chegou no horário que tinha dito, lembrou da montagem que eu fiz dele, autografou meu livro, tirou foto, curtiu a foto, comentou a foto, deu RT na foto. Sim, eu sou fã mesmo e daquelas que fica boba com a atenção recebida. Eu tremi tanto que se segurasse um copo de creme de leite ele viraria um chantilly. Mas foi lindo. Isso fechou o meu sábado e eu esqueci toda a frustração. Não fui com a intenção de comprar o universo, porque só recebo na segunda (dia 1º) e imaginei que estaria caro, mas queria conhecer os estandes, ver as novidades, conhecer novos autores. Não consegui ver nada disso.
  Maaaas "the second day is always better than the first" já dizia o meu Billie Joe Armstrong, no DVD Bullet In A Bible, o segundo dia é sempre melhor que o primeiro. Não satisfeita com a minha visita no sábado, ontem, 28, voltei com a Lidi com o intuito de usar os ingressos que tinha comprado e pegar marcadores. E sim, consegui fazer tudo isso! Os visitantes eram mais alunos de escola, não estava tão lotado e tinha algumas promoções. A Instríseca estava com livros por R$ 5,00. Eu comprei o Mathilda Savitch de Victor Lodato e o Lilith da Adriana Vargas, lançado pela Sollo por 15,00 (ganhei um kit muito fofo com ele). Conheci alguns autores, consegui gravar alguns, outros fiquei tão interessada que esqueci completamente do gravador.
  Conversamos com o Khêder Henrique, autor de O Poder do Fogo, primeiro livro do autor lançado pela Novo Século em 2011.

Estar na Bienal é gostoso porque é um contato direto com o publico e como já não é a minha primeira Bienal, eu reencontro leitores meus.

  E eu vou dizer que não sou fã de vampirismo, nem nada do gênero, mas fiquei muito afim de conhecer o livro do M.K. Takenaka, que conta a história de um vampiro traficante - que não brilha no sol - no Rio de Janeiro. Quando o autor começou a contar a história, eu me odiei por não ter dinheiro. Mas é obvio que eu vou comprar quando receber.
  Conversei também com a Mari Scotti, que é autora da série Nefilins, que fala sobre escolhas e consequências e gente, eu preciso HAHAHA. Sério, parece ser muito bom. A Mari foi muito simpática com a gente, conversamos bastante.

A sensação de estar na Bienal é maravilhosa. É cansativa para caramba, mas adoro conhecer os leitores, conversar sobre os livros. Eu acho mais gostoso quando a gente viaja para divulgar, em casa dá uma preguiça né? 

 Depois de conhecer tanta gente bacana, eu apaguei a visão ruim sobre a Bienal. Acho que o maior erro de todos, foi não ter controle dos ingressos vendidos. Tinha muita gente e ninguém conseguiria controlar todo mundo. Fora que quando conversamos com varias pessoas, as mesma citaram o mesmo problema. A falta de segurança. Era possível sair de um estande com um livro sem pagar, os donos não tinham controle sobre isso. Acho que ficou como uma lição para as próximas, os organizadores deveriam colocar um numero de ingressos por dia, nem que isso faça com que ela dure um mês sei lá. Independente de estar lotado ou não, estar na bienal é tudo de mais lindo, ver pessoas com a mesma paixão que você, relembrar aquela história que você já leu é incrível. Espero estar com credencial ano que vem e viajar para o Rio. E as minhas dicas são: se você ainda for, faça uma lista do que quer comprar com os preços do Submarino, Saraiva Online e FNAC (tinha livro no estande da Saraiva por 29,00 e no site por 21,90) e eu sei que é uma oportunidade unica ver aquela autora gringa super descolada, mas os nacionais são muito mais legais e entende o que você diz. São atenciosos, o Takenaka até me disse uma coisa que eu concordo. Os autores nacionais não estão nem um pouco em falta. Verdade. Então antes de morrer na fila pra uma senha, se deixe levar para conhecer os novos autores. Vale a pena.

Livros Citados

O Poder de Fogo - Khêder Henrique
Insonia (série Nefilins) - Mari Scott | Sonhos (série Nefilins) - Mari Scott
Lilith - Adriana Vargas
Demônios da Noite - M.K. Takenaka
Segunda Chance - Priscila Boltão
Alina - Emilía Lima (não localizado no Skoob)
Cair para Voar - Flávio Galindo
Mathilda Savitch - Victor Lodato

Fotos

Minhas aquisições

Lilith, comprei no estande I669 da MODO/Sollo Editorial e ainda ganhei um kit muito fofo que a autora fez.

Mathilda Savitch, comprei por R$5,00 e ainda peguei varios livretinhos da Intrínseca e outras editoras.

O kit de parceiro que ganhei da Sollo, com vários marcadores e com os exemplares de Alina e Cair para Voar.

Alguém quer marcador?????? Em breve vou fazer um sorteio, olha só que boazinha eu sou HAHAHA. pensei em vocês.

E o prêmio de melhor selfie do ano vai para:

Melhor selfie, melhor livro, melhor autógrafo com letra de médico. Tem resenha do livro aqui. 

  Post meio comprido eu sei, mas foi um grande e incrível evento e essa foi a minha opinião sobre a Bienal em SP, e você já foi? Vai? O que achou do evento? O que acha que pode melhorar?

* Opiniões de total responsabilidade dos entrevistados, apenas transcrevi o que foi gravado.
* Agradeço a companhia da Raíssa e da Lidiani.
* As fotos são de minha autoria, numa câmera de Samsung, desculpe a péssima qualidade.
* Mais fotos no meu Instagram @ani_liima ou no @blog_ecem.

Beijinhos,