Como se fosse a primeira vez

Oi vocês,

  Eu sou muito indecisa e achei que ficaria mais legal mudar o nome de Momento do Leitor para EC&M Convida, o nosso primeiro texto dessa nova coluna, você pode ver aqui. A convidada de hoje é Caroline Simões.

Como se fosse a primeira vez

  Eu gosto muito de arte no geral, filmes, livros, teatro, exposições. Adoro sentir que gastei o meu tempo vendo algo que de alguma forma me fez passar bons momentos, me fez rir, chorar, de alguma forma fez com que eu sentisse bem ou mal de uma maneira única. E nenhum outro o fará da mesma forma.

  Digo que me faz mal porque todo mundo é um pouquinho masoquista, você adora “Marley e Eu” e sabia que o cachorro morria no final, em “A Culpa é das Estrelas” era óbvio que um dos dois ia morrer e mesmo assim você leu o livro e viu o filme depois que eu sei!

  Enfim, gosto muito dessas sensações que a arte me proporciona, mas paro pra pensar que quando fecho o livro, quando os créditos sobem ou quando a cortina cai, sinto que a emoção foi maravilhosa mas nunca vou sentir aquilo da mesma forma.

  Assisti ao musical O Rei Leão, e quando a plateia levantou para aplaudir me veio um vazio imenso, nunca mais vou me emocionar da mesma forma, nem me arrepiar do mesmo jeito. Nunca mais vou gritar mentalmente “Eu odeio o Führer” com a mesma verdade quando ler A Menina que Roubava Livros e nem assistir Sociedade dos Poetas Mortos  e me encantar com as aulas do Sr. Keating.

  Aposto que agora passa um flashback em sua cabeça com todas essas coisas que você gosta e você está sentindo o mesmo vazio que eu sinto, minha intenção não era deixar ninguém depressivo (não cortem os pulsos!). Mas acho que a função desses filmes, livros, peças ou o que você  preferir é nos mudar de alguma forma, nos transformar em pessoas melhores, mais  pensantes, mais confiantes (eu quero ser esse cara!), mais humanas, mais nós. Eles são nós. Tudo o que ouvimos, lemos, escutamos e assistimos forma as pessoas que somos hoje.

  Não pensem que aquela sensação não volta, quando você tem chance de colocar em prática essa “melhora” que essas coisas fizeram em você. Em sua cabeça aquela cena, trecho ou diálogo aparece de novo e você levemente sorri. Aquele mesmo sorriso que deu da primeira vez.

Por: Carol Simoes

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Beijinhos,