Volto Quando Puder - Isa Prospero e Márcia Oliveira

Oi vocês,

Fazia um bom tempo que não pegava um livro que me deixava com tanta raiva do protagonista e tão encantada com a escrita das autoras. Hoje eu venho falar sobre Volto Quando Puder.


Título: Volto Quando Puder
Autoras: Isa Prospero e Márcia Oliveira
Editora: HOO Editora
Páginas: 272
Sinopse: Artur é um garoto de 14 anos que mora com a mãe e vê o pai aos finais de semana, pois os pais são separados. Tudo isso muda quando a mãe morre, e ele passa a morar com o pai, Guilherme. Charmoso, extrovertido, tatuador na Galeria do Rock, ele está longe de ser o pai que Artur sempre quis. Pra completar, o garoto é obrigado a mudar de escola e, a partir daí, começa uma nova fase em sua vida. Além de não ser o cara mais popular da escola, ele faz alguns inimigos em pouco tempo. Mas há duas pessoas que o Artur curte muito: o Alexandre, considerado o melhor professor do mundo pelo garoto, e a Priscila, menina tão interessante, que Artur nem acredita quando ela se aproxima. Conflito de gerações, dificuldade de comunicação entre pais e filhos, sexualidade e primeiro amor: são todos os desafios que o Artur tem que viver durante a adolescência.




Escrito por Isa Prospero e Márcia Oliveira, “Volto quando puder” foi lançado pela HOO Editora e conta a história de Artur, um adolescente de 14 anos que depois da morte de sua mãe, teve que reaprender a conviver com o pai e a rotina maluca dele.
A mãe de Artur faleceu após uma luta contra o câncer de mama e depois disso, nosso protagonista a morar com o pai. Guilherme sempre teve a vida um pouco complicada, depois de praticamente desistir da vida amorosa e pular de emprego em emprego ele se sente muito feliz em seu pequeno estúdio de tatuagem na Galeria do Rock.



Já quero deixar bem claro aqui que eu odiei Artur com todas as minhas forças. Peço desculpa as autoras, mas ele foi o personagem mais odiável que conheci nos últimos tempos. E isso é engraçado, porque eu AMEI a leitura, mas algo no Artur não me descia nem com Coca-Cola.
Nosso protagonista é fechado, sistemático, sem muitos amigos e um pouco revoltado. Isso é claro, tem ligação com a morte da mãe. Artur não quer viver o luto, ele não fala sobre o assunto, não visita o túmulo, não se abre com ninguém. Ele guarda tudo para ele e sempre que possível estoura numa briga.  Por causa de uma dessas brigas ele acabou sendo expulso do colégio em que estudava e teve que mudar de escola, mas os problemas continuaram praticamente os mesmos. A diferença é que no novo colégio ele conhece Alexandre, um professor linha dura que o faz gostar de estudar português.



"Volto quando puder" é narrado em primeira pessoa e é dividido por dia como se fosse um diário escrito por Artur e talvez tenha sido isso que me fez ter tanta raiva dele. Eu já tive meus 14 anos e já odiei minha família por motivos bestas, mas hoje aos 26 eu percebo que era infantil e estava errada em diversos momentos. Eu tentei – juro – dar uma chance de gostar dele e entender que o fator idade e o luto que tinha o deixado daquele jeito, mas depois de uma determinada cena com a Priscila – única amiga que ele faz no colégio – eu simplesmente não consegui aceitar as atitudes dele. A cada discussão era um ranço novo, sabe? E você pode até se perguntar porque eu não larguei a leitura, ou dei uma nota baixa pelo livro. 

"Acho que todo livro bom é útil pra vida da pessoa, mas não necessariamente por ser educativo. Às vezes te faz pensar ou fala alguma coisa que você está sentindo naquele momento, ou simplesmente te distrai por algumas horas." 

É simples, eu gostei MUITO da escrita das autoras, eu acho maravilhoso quando uma obra é escrita a quatro mãos e é bem feita e muitas vezes isso é difícil. Nesse livro não há uma quebra – eu pelo menos não percebi – e fiquei feliz com isso. A leitura é fluida e envolvente, mesmo com raiva do Artur eu queria saber qual final as autoras deram para ele. E foi muito bacana! Claro que não vou citar aqui, mas eu gostei! 



Isa e Márcia souberam tratar sobre sexualidade e descobertas de uma maneira sutil, sem que perdesse o foco central da obra, além claro de falar sobre bullying e como o ensino fundamental pode ser cruel com alunos e professores. 
Outro fato muito legal é que a história se passa aqui em São Paulo e eu gostei bastante de identificar meu bairro e outros pontos que visito durante a leitura! Acho que isso dá um toque mais especial para o livro. Esse também é um daqueles livros que precisa ter cuidado ao descrever, para que não tire o brilho da descoberta durante a leitura. 
Em suma, “Volto quando puder” fala sobre perdas, adaptações e muito mais que isso, é um livro muito bem escrito que vale a pena conhecer. Leitura Aconselhada.

"Enfim, preciso ir. Então... até uma hora dessas. Volto quando puder."



Beijinhos,

15 comentários

  1. Oi Ani esse deve ser um livro incrível de ser lido menina, com toda certeza me atreveria e me encantaria, aborda muitos assuntos reais que hoje fazem uma grande diferença já na criação e educação da criança. Achei fantástica a ideia e adoraria ler.
    Beijinhos

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  2. Parece ser ótimo esse livro 😍
    Amei os trechos 😍😍
    Beijos ❤
    https://subsolodamente15.blogspot.com.br/?m=1

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  3. Olá, tudo bem? Parece ser uma história muito boa, é uma pena que o personagem não seja agradável, né? Adorei a Resenha!

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  4. Eu não conhecia o livro, mas achei bem interessante a proposta dele. Achei bem bacana a sua resenha e gostei de poder conhecer um pouco sobre a obra através dele.

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  5. ¡Oi!
    Moi boa entrada, gustame moito a reseña e creo que llevou dar una oportunidade. Acabo de coñecer o teu blog e por aquí me quedo, invitote a que te pases polo meu blog e que te quedes ;)
    https://aprovechalavidacadadiaa.blogspot.com.es/
    ¡Bicos!

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  6. Realmente é difícil não haver uma quebra de rito quando um livro é escrito a quatro mãos, e que bom saber que isso não ocorre aqui. Uma pena que você não tenha gostado do protagonista, até entendo seus motivos, mas só lendo para saber se será assim comigo também. Gostei também da ideia do diário.
    Bjs, Rose

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  7. Deve ser interessante a história, mesmo que você tenha odiado o personagem principal.
    Beijos
    Mari
    Pequenos Retalhos

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  8. Oi,
    Tudo?
    Não conhecia o livro mas infelizmente confesso que não senti muita vontade em comprar. Não estou com muito saco para protagonistas chatos e esse parece ser um idiota como você comentou. Uma pena. Vou deixar para próxima.
    Beijos
    Raquel Machado
    Leitura Kriativa
    http://leiturakriativa.blogspot.com.br

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  9. Olá!
    Nossa que interessante essa obra, primeiro fiquei encantada por saber os temas que são abordados e me atrai muito para leitura e segundo saber que a história mesmo sendo escrita por mais de uma pessoa se manteve dentro da proposta e muito bem elucidada.
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  10. Engraçado... Eu me interessei pelo livro justamente pelas questões que você indicou não ter gostado.
    Gosto de personagens críveis e realistas. É bem comum se fechar após a morte de alguém querido e por isso, eu acho a postura do Arthur mega realista e precisa ser trabalhada.
    Não conhecia o livro, mas não gosto de personagens sempre muito bonzinhos.
    Enfim... Gratidão pela dica!

    Eliziane Dias

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  11. Oi tudo bem?
    Acredito que diferente de você eu gostaria do Arthur mas só lendo para saber né? Gostei bastante da premissa do livro.

    Beijos

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  12. Olá linda,

    como minha mãe diria "o mundo é cruel em qualquer fase da vida" e acrescento "é de dentro de instituições - escolas e afins - e somos forçados a se padronizar e puramente sermos jogados em arenas emocionais sem previamente ensinados sobre saúde mental e emocional.

    Beijos!

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  13. Olá!

    Que fofura de livro! Achei que tivesse temática LGBT, por causa da capa, mas me surpreendi com uma trama maravilhosa e ambientada em nossa cidade, muito mais legal! Adorei a dica!

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  14. Oie amore,

    Ualll que capa é essa, OMG!
    Fiquei mais empolgada pelo cenário do livro ser na Galeria... já quero.
    Dica anotada!

    Beijokas!

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  15. Ani, não conhecia o livro, mas fiquei bem curiosa, pois adoro quando livros são escritos a quatro mãos e dão certo.
    Menina, Artur parece ser um menino bem complicado de se gostar, mas deve ser mesmo pelo momento e idade. Quem sabe!?
    Quero muito ler.

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