O Oceano no Fim do Caminho - Neil Gaiman

Oi você,

Hoje é dia de Vida Literária! Para quem não sabe, os blogs EC&M, Resenha e Outras Coisas e O Outro Lado da Raposa, leiam o mesmo livro e postem na última sexta-feira do mês (que por causa do feriado, foi mudado para hoje)
O escolhido pela Raíssa foi O Oceano no Fim do Caminho, e hoje eu trago a resenha da obra.

Título Original: The Ocean the End of the Lane
Autor: Neil Gaiman
Páginas: 208
Editora: Intrínseca
Sinopse: Foi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos.
Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino.
Ele sabia que os adultos não conseguiriam — e não deveriam — compreender os eventos que se desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano.

Primeiro livro “adulto” publicado pelo autor Neil Gaiman, O Oceano no Fim do Caminho conta a história de um homem que após cumprir suas “obrigações” em um velório, resolve sair de carro sem rumo. Inconscientemente, ele chega ao endereço que morou há 40 anos, enquanto via que tudo estava mudado, resolveu seguir pela estradinha até a fazenda da família Hempstock, onde morava Lettie, sua amiga de infância. 

“Livros eram mais confiáveis que pessoas, de qualquer forma.”

Eles se conheceram quando ele tinha sete anos e ela 11, e ao chegar ao local, ele resolve sentar em frente ao lago da propriedade e relembrou os fatos de uma aventura que aconteceu há anos atrás.  

Narrado em primeira pessoa, o personagem principal nunca teve seu nome citado durante o enredo, apenas os personagens secundários foram nomeados, o autor usa e abusa da fantasia durante a escrita do enredo e isso acabou me deixando confusa. Ao terminar a obra, fui à busca de outras resenhas para saber se apenas eu que não consegui entender muito bem o enredo e pude ver que isso não foi apenas comigo.

“Crianças pequenas acham que são deuses, ou pelo menos algumas acreditam nisso e só ficam satisfeitas quando o resto do mundo concorda com seu jeito de ver as coisas.”

A mensagem principal do autor está ali, estampada na nossa cara, mas a forma como tudo foi descrito e amarrado, ficou confuso e sem nexo em alguns momentos para mim. Talvez a minha falta de tato para esse tipo de enredo tenha me atrapalhado durante a leitura. A escrita do autor não é complexa, não é difícil, ele não cria elementos estranhos demais ou países com nomes esquisitos, como é de costume do estilo. Porém, os elementos utilizados não foram capazes de me tirarem as dúvidas que tive ao longo do enredo.  Por conta disso, não consegui curtir 100% a história narrada, mas não pense que não aconselho a leitura. Muito pelo contrário! Para os fãs de fantasia é um prato cheio. 

Terminei a leitura com dúvida do meu passado, será que tudo o que eu vivi aconteceu mesmo? Acredito que essa era a sementinha que o autor quis implantar nos seus leitores. 

Como já disse, a obra é válida para todos os que adoram fantasias e aos que querem arriscar também. Infelizmente, esse livro não funcionou tanto para mim – porém, não foi uma leitura perdida – mas, ele é muito bem avaliado no skoob e com diversas resenhas positivas. Leia e comprove.

“Ele pensou numa história com bastante fantasia. O problema é que tem fantasia demais. Eu fiquei confusa, doida para acabar o livro logo, porque realmente esse livro me foi uma decepção. A trama não me prendeu cada hora o menino passava por uma situação mais inacreditável que a outra. Digamos que não é todo leitor que vai acreditar no mundo que o garoto contou, achei bem descabido”. Kamila - Resenha e Outras Coisas

"Gaiman explora a mente infantil do personagem e cria um universo fantástico, cheio de possibilidades e sem nenhuma certeza de nada. Você fica se perguntado se as coisas que o garoto vê e os personagens que interagem com ele são realmente reais ou se é tudo invenção dele.
Para se aproveitar essa estória ao máximo é necessário que a pessoa tenha a mente aberta e não espere entender tudo logo de cara. Nesse livro não existem verdades concretas, cada um interpreta de um jeito e não adianta ficar buscando muita lógica, afinal de contas é uma criança de sete anos quem está narrando." Raíssa - O Outro Lado da Raposa

Outros Quotes:

“... ainda latejada e doía, e agora meu peito também doía. Fui para outro lugar em minha cabeça, para dentro de um livro. Era para onde eu ia sempre que a vida real ficava muito difícil ou muito inflexível.”

“Ninguém realmente se parece por fora com o que é de fato por dentro. Nem você. Nem eu. As pessoas são muito mais complicadas que isso. É assim com todo mundo.”

“Nada nunca é igual. Seja um segundo mais tarde ou cem anos depois. Tudo está sempre se agitando e revolvendo. E as pessoas mudam tanto quanto os oceanos.” 

Beijinhos,