Precisamos falar sobre Black Mirror

“Se a tecnologia é como uma droga – e ela parece com uma droga – quais são precisamente os efeitos colaterais? Essa área entre o prazer e o desconforto é onde Black Mirror, minha nova série dramática, está situada. O “espelho negro” do título é aquele que você irá encontrar em cada parede, em cada mesa, na palma de cada mão: a fria e brilhante tela de uma TV, monitor, smartphone.” - Charlie Brooker, criador da série Black Mirror para o jornal The Guardian.

Era um final de semana normal e eu e meu namorado tínhamos acabado de maratonar Demolidor, começamos a procurar algo para assistir quando resolvemos apostar em Black Mirror, afinal, nem só de livro vive a blogueira. E olha, deveria ter assistido antes! Com certeza foi a melhor série que já acompanhei até hoje.
A produção britânica não tem muito destaque no catálogo do Netflix, mas merece ser assistido por todos. Com os avanços da tecnologia, a discussão Homem X Máquina continua sempre em evidencia e com toda certeza trazem novas reflexões para nossa vida. A cada dia surge um aplicativo novo para nos facilitar a vida não é mesmo? Mas até quando somos dependentes deles? Eu já fiz um post sobre a minha dependência aqui no blog e ao assistir o primeiro episódio soube que estamos passando por mudanças que podem ser consideradas perigosas.

Com apenas duas temporadas (seis episódios no total) e um especial (de uma hora) de Natal, Black Mirror fala sobre o papel da tecnologia na vida do ser humano e sobre os problemas que essa ligação pode trazer para a população se a dependência não for tratada. O diferencial dela, em minha opinião, é o fato de serem episódios independentes. Ou seja, nenhum dos sete episódios tem conexão e seus temas sempre traz uma reflexão importante. Depois que eu assisti (em um ou dois dias) eu senti como se meu cérebro derretesse. Os enredos nos torna muito mais pensativos e é maravilhoso quando acontece. Além da dependência tecnologia que já citei aqui, os episódios também mostra um lado mais obscuro da humanidade com uma genialidade melancólica.

Vivemos uma época em que as pessoas parecem estar muito mais cruéis em seus comentários online. Eu particularmente acho que as pessoas só sustentam seus argumentos por traz da tela, mas e se as pessoas começassem externar seus pensamentos e sede de justiça pessoalmente? Os episódios White Bear, The National Anthem e The Waldo Show nos mostra essa realidade. O público vive em busca de likes, visualizações e seus derivados sem se questionar sobre o que estão fazendo, quem estão prejudicando. É pesado, é triste, é quase real. Aliás, a produção dos episódios é tão bem feita que nos deixa de boca aberta a cada revelação.

Para finalizar esse post, deixo um aviso, não procure final feliz, não procure comédias ou dramas amorosos aqui... Black Mirror é uma série sombria, perturbadora e ressalto novamente, quase real. Ao assistir você vai ver uma sociedade doente, sem empatia ou qualquer outro sentimento bom.
Pelo o que pesquisei, a Netflix comprou os direitos e em breve a terceira temporada irá ao ar. Nem preciso dizer que estou ansiosa né?
Deixarei o trailer e meu pedido: Por favor, dispa de seus preconceitos e assista essa série. Eu juro, vale muito a pena!

Beijinhos,